Marketing, tecnologia e futuro: quem vai sobreviver? Por Pádua Sampaio

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Estamos só entre nós, então pode abrir o jogo: você nunca imaginou que a tecnologia daria um salto tão grande e tão rápido, mudando tanto as regras do jogo. E mais: isso tem deixado você no modo alerta desde a hora que acorda – com a ajuda da Alexa, suponho – à hora de ir pra cama (com o celular na mão). A necessidade de estabelecer conexões remotas que a pandemia trouxe acelerou algo que talvez demorasse décadas.

Foi um baita empurrão em todos nós. A boa – ou não – notícia é que essa locomotiva não vai parar, então é melhor aproveitar esse impulso e pular em um dos vagões.

O marketing, sendo um setor estratégico, foi extremamente impactado. Aliás, um aviso àqueles que veem essa área como só mais um departamento: cuidado para não ligar a TV e dar de cara com o Chacrinha; ou olhar para a garagem e se deparar com um Escort XR3.

O marketing não parou no tempo; é onipresente e está em constante transformação. Há uma revolução ocorrendo bem diante do seu nariz.

Não se tem notícia de grandes mudanças, pós-pandemia, no Método das Partidas Dobradas da Contabilidade; menos ainda no cálculo de indicadores como ROI ou na fórmula do EBITDA. Mas aqui o negócio é diferente. Por enquanto, as respostas categóricas são poucas, mas temos boas pistas do que está por vir. Ou que já veio.

O momento atual, por mais paradoxal que seja, é de humanização. Se lá atrás as marcas viram a necessidade de se conectar com as pessoas criando produtos ou serviços que geravam impacto social e ambiental positivo, “tornar-se humano” agora ganha um novo contorno: aprimorar a nossa vida por meio da tecnologia.

Chatbots para atender clientes, drones para fazer entregas, big data para entender hábitos e preferências, sensores e reconhecimento facial para diminuir atrito nas transações. Tudo vai na direção de criar uma experiência única e ultra personalizada para o seu cliente. Se o seu negócio permite algumas dessas possibilidades, pense com carinho nesta ideia.

O mundo digital se esforça para ensinar às máquinas o jeito humano de cumprir tarefas, de modo a realizar aquele sonho dourado de dar escala com excelência em atividades complexas. Ainda há um longo percurso, mas que já ficou menor no intervalo entre a escrita e a leitura deste artigo.

Ao marketing caberá – ou melhor já cabe, dentro das condições possíveis – proporcionar o produto e oferta ideais, no momento ideal, para o cliente ideal, considerando todas as nuances humanas e com a melhor experiência possível.

Convenhamos, não é um desafio qualquer.

Nesse sentido, a comunicação em massa tende a desaparecer, enquanto os meios digitais ganham força, mas muita calma nessa hora.

Ponto 1: há um enorme fosso digital que separa dois mundos, principalmente em países/estados mais pobres. Em muitos locais do país, sobretudo no Nordeste, o acesso à internet é bastante precário. Ou seja, o modelo antigo e novo ainda coexistirão por bastante tempo.

Ponto 2: “meios digitais” vão além do celular que, aliás, deve perder protagonismo no médio e longo prazo. A tendência é uma descentralização da conectividade cada vez maior. Já pensou uma geladeira programada para fazer compras quando acabam os produtos? É bom começar a pensar.

Inevitavelmente, várias modalidades de emprego ficarão pelo meio do caminho. Comecei esse artigo falando que você deve acordar com a ajuda da Alexa, da Amazon. Mas houve um tempo em que havia profissionais designados para esta mesma função, acordar pessoas. Eram os chamados “batedores”, que tinham esse nome porque batiam com pedaços de madeira nas janelas acordando geral. Aliás, que forma de começar o dia, hein?

Existia também o “acendedor de poste” antes da eletricidade; o “operador de mimeógrafo”, o “datilógrafo” e várias funções/aparelhos que simplesmente sumiram (quem aí lembra das aulas com projetor e transparências?).

Essas mudanças fazem parte do processo. Porém é urgente apressar o passo e acompanhar tudo isso, para que o nosso trabalho ou a nossa empresa não se torne um desses exemplos no futuro. Lembre-se: a revolução digital está só começando.

Três perguntas para mexer com o seu juízo:

1. Há tecnologias acessíveis, que permitem uma personalização maior e melhor na experiência do seu consumidor e você não usa?

2. Como o marketing tem contribuído/participado de discussões sobre a digitalização e o futuro da sua empresa? Ou o marketing é restrito à propaganda e manutenção de redes sociais?

3. Se você viajasse 10 anos no tempo, como seria a jornada do seu consumidor em 2033?

Pádua Sampaio é publicitário, empresário, professor e colaborador do Focus.jor, no qual assina artigo às quintas-feiras.

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