O fato: O mercado financeiro ajustou, nesta segunda-feira (13), as expectativas para a inflação e outros indicadores econômicos de 2025. Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,99% para 5%. Há quatro semanas, o índice projetado era de 4,6%.
A pesquisa, que reúne as estimativas de economistas do setor financeiro, também revisou para cima a inflação prevista para 2026, de 4,03% para 4,05%. Para 2027 e 2028, as projeções são de 3,9% e 3,56%, respectivamente.
No ano passado, o IPCA fechou em 4,83%, ultrapassando o teto da meta de inflação, que era de 4,5%. Desde que o Brasil adotou o regime de metas de inflação, em 1999, o índice oficial ultrapassou o limite máximo em oito ocasiões, sendo a mais recente em 2024.
PIB e taxa de juros: Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão de crescimento em 2025 manteve-se estável em 2,02%. Para 2026, o boletim projeta um avanço de 1,8%, enquanto para 2027 e 2028 o crescimento esperado é de 2% ao ano.
Quanto à taxa Selic, a previsão para 2025 permaneceu em 15%, como na semana passada. Já para 2026, a estimativa é de redução para 12%. Para os anos seguintes, o mercado projeta uma Selic de 10,25% (2027) e 10% (2028).
A Selic atual, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), é de 12,25% ao ano. No fim de 2024, o colegiado elevou a taxa em 1 ponto percentual, justificando a necessidade de conter pressões inflacionárias diante de um cenário fiscal mais restritivo.
Câmbio e dólar: A projeção para o dólar em 2025 foi mantida em R$ 6,00, mesma expectativa para o fim de 2026, quando o câmbio deverá se estabilizar após oscilar em torno dos R$ 5,90 projetados na última semana. Para 2027 e 2028, o mercado prevê o dólar em R$ 5,82 e R$ 5,88, respectivamente.
Inflação sob controle ou novos ajustes? O Copom já indicou que a convergência da inflação à meta de 3% para 2025 – com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% – pode exigir novos aumentos na taxa Selic. Reuniões decisivas estão previstas para os dias 28 e 29 de janeiro e 18 e 19 de março.
O impacto da Selic elevada reflete diretamente no custo do crédito e na atividade econômica, com potencial de desaceleração no consumo e estímulo à poupança. Por outro lado, uma redução da taxa favorece o crédito mais barato e estimula a produção e o consumo.
Com a desvalorização do real frente ao dólar, que chegou a R$ 6,00 no fim de 2024, as projeções indicam que o câmbio continuará sendo um desafio para a política monetária.