Na contramão de Nova York, o Ibovespa fechou em baixa de 0,48% nesta quinta-feira, 12, permanecendo na linha dos 134 mil pontos pela quinta sessão consecutiva, e tendo oscilado entre ganhos e perdas nos últimos seis fechamentos – intervalo em que os ajustes de baixa, em grau, superaram os de alta, após o ganho de 1,31% no último dia 4, então aos 136,1 mil pontos naquele encerramento.
Nesta quinta, o índice da B3 foi dos 133.591,04 aos 134.776,87 pontos, saindo de abertura aos 134.676,60 e finalizando aos 134 029,43 pontos. Fraco, o giro financeiro ficou em R$ 16,7 bilhões Na semana, o Ibovespa cede 0,40% e, no mês, perde 1,45% – no ano, virou nesta quinta para o negativo (-0,12%).
Em dia de forte recuperação para o minério de ferro na Ásia – em alta de cerca de 2,5% em Cingapura e de quase 4% em Dalian, na China, com ambos os principais contratos ainda abaixo de US$ 100 por tonelada -, Vale ON, a ação de maior peso no Ibovespa, subiu 0,90%, em sentido contrário ao das demais blue chips.
Sem conseguir acompanhar a direção do petróleo na sessão – em alta em torno ou acima de 2% para o Brent e o WTI com a atenção ainda voltada à passagem do furacão Francine pelo Golfo do México, o que deve afetar a oferta na região em meio à suspensão da produção -, Petrobras ON e PN caíram, respectivamente, 1,17% e 1,13%.
“Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo global de petróleo aumentou em apenas 800 mil barris por dia no primeiro semestre de 2024, o equivalente a um terço do crescimento observado no mesmo período de 2023. Trata-se do menor ritmo de expansão desde o colapso da demanda durante a pandemia de 2020”, aponta em nota a Guide Investimentos, em que destaca a recente recuperação observada nos preços da commodity, que recoloca o Brent acima do limiar de US$ 70.
Entre os grandes bancos, as perdas nesta quinta-feira ficaram entre 0,45% (Bradesco PN) e 1,12% (Banco do Brasil ON). Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Natura (+3,65%), CSN Mineração (+3,27%) e Raízen (+2,34%). No lado oposto, Brava (-5,06%), Hypera (-3,01%) e CVC (-2,67%).
“Nova York teve desempenho positivo na sessão e, depois da queda da semana passada, há uma correção lá agora, com a expectativa para o corte de juros da próxima semana nos Estados Unidos. A alta da Selic, aguardada para a semana que vem, não deixa de ser positiva para a reputação do BC, o que contribui também para o fluxo estrangeiro, inclusive para a Bolsa pela oportunidade de arbitragem”, observa Brayan Campos, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Neste início de setembro, contudo, os estrangeiros continuam em retirada da B3, após o retorno ensaiado em agosto – que foi apenas o segundo mês de 2024 com fluxo externo líquido positivo para a bolsa brasileira. Os estrangeiros retiraram R$ 105,45 milhões da B3 na terça-feira, 10. No mês de setembro, até o momento, houve retirada de R$ 1,695 bilhão, resultado de compras acumuladas de R$ 72,684 bilhões e vendas de R$ 74,38 bilhões. No ano, o capital externo está negativo em R$ 28,253 bilhões, reporta a jornalista Beatriz Capirazi, do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Lá fora, na semana, os ganhos acumulados pelo Nasdaq – o índice de tecnologia, mais sensível à perspectiva de curto prazo para os juros americanos – chegam agora a 5,27% e, para o índice amplo (S&P 500), a 3,46%. Nesta quinta, subiram respectivamente 1,00% e 0,75%, com o Dow Jones em alta de 0,58% no fechamento da sessão.
“O início do corte de juros, em 0,25 ponto porcentual na reunião do Federal Reserve da próxima quarta-feira, parece já chancelado pelos dados econômicos mais recentes”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. Na B3, acrescenta Moliterno, os setores mais expostos à Selic ainda mostram dificuldade, tendo em vista a perspectiva de que o ciclo de alta dos juros domésticos será retomado na mesma quarta-feira, dia 18 – o que explica o desempenho “defensivo” observado no segmento, apesar dos sinais aquecidos para a atividade interna.
Agência Estado