O tempo fechou para 2026; Por Ricardo Alcântara

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A principal conclusão a partir dos dados revelados pela última pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial, publicada no domingo (6) está na simulação de um segundo turno entre o atual presidente e uma hipotética candidatura do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.

A constatar, para início de uma identificação de fatores de primeira ordem, é que a polarização permanece. E deverá permanecer até que um centro liberal, progressista e democrático ao modo tucano, se recomponha – algo que o olhar de ninguém alcança no horizonte.

A simulação do hipotético segundo turno entre Lula e o governador é alvar: os 9% de diferença (4,6%, no que se disputa) em favor do presidente revela o equilíbrio que persiste entre os dois polos, conservadores e progressistas de todas as matizes.

Tarcisio, por ser um personagem muito menos conhecido do que Lula, deve ter sorrido ao ler a notícia dessa pesquisa estampada na primeira página da Folha de São Paulo. E quem, na esquerda, comemora esse resultado, não está entendendo nada: a margem (4,6% em disputa simulada para já) é irrisória.

É cedo demais para formar expectativas. Cada eleição se desenvolve numa dinâmica singular, determinada em grande parte pelos sentimentos que somente se amalgamam em seu devido momento. Basta lembrar, a título de ilustração, que Lula detinha nas pesquisas 24% de vantagem sobre Bolsonaro no início de 2022 e, ao fim, foi aquele sufoco que se viu.

Hoje, o principal ativo de Lula para 2026 é estar sentado naquela cadeira, pois, provado está, não é nada fácil no Brasil, por fatores diversos, derrotar um presidente numa eleição. Como matéria recente de verificação, que se observe a reeleição de Dilma Rousseff (2014) e a derrota fracional de Jair Bolsonaro (2018).

Até aqui, o que se vê? O presidente Lula não conseguiu, apesar dos gestos conciliadores, angariar simpatias entre os que já o rejeitavam e passou a perder apoio em territórios que foram decisivos para sua vitória. É o que resulta, justo ou não, de um governo que restaurou preciosos valores, mas quase nada aportou em entregas de maior impacto para quem mais precisa.

Agora, em abril de 2025, o que se pode dizer é que, a partir do “tarifaço” de Trump – um imperador que fala como César e age como um Nero – o mundo nos governa: seus efeitos, benéficos ou prejudiciais para a estrutura produtiva e o bolso dos trabalhadores brasileiros, determinarão em grande parte a imagem do governo e, por fim, o destino da eleição. Chamem os marujos mais calejados: as nuvens estão carregadas.

Ricardo Alcântara é escritor, publicitário, profissional do marketing político e articulista do Focus.

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