PF desarticula fraude bilionária com participação de servidores da Caixa

COMPARTILHE A NOTÍCIA

predio_da_caixa_economica_federal_170120182643
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O fato: A Polícia Federal desmantelou um dos maiores esquemas de fraude digital já registrados contra programas sociais no Brasil. A investigação aponta um prejuízo estimado em mais de R$ 2 bilhões, com desvios de recursos do FGTS, seguro-desemprego e outros benefícios sociais. O golpe contava com a participação de funcionários da Caixa Econômica Federal, que forneciam acesso privilegiado aos sistemas bancários e facilitavam as fraudes.

Segundo a PF, o grupo criminoso utilizava dados pessoais obtidos ilegalmente na internet, como CPFs de beneficiários com saldo em contas ativas. Com essas informações, servidores da Caixa alteravam os cadastros das vítimas no aplicativo Caixa Tem, substituindo os e-mails originais por endereços controlados pela quadrilha. Isso permitia o reset de senhas e o domínio total sobre as contas digitais, que eram então utilizadas para realizar transferências via Pix, pagamentos de boletos e saques.

Em alguns casos, os saques eram realizados diretamente nas agências, a mando do grupo. A estrutura do esquema envolvia o uso de softwares que simulavam celulares em computadores, permitindo o controle simultâneo de centenas de contas. A operação em massa, mesmo com valores baixos por transação, resultava em perdas milionárias diárias.

Segurança digital sob ataque: O delegado Pedro Bloomfield Gama Silva, que conduz as investigações no Rio de Janeiro, destacou que o esquema expôs falhas graves nos sistemas de monitoramento bancário. “O fortalecimento dos setores de combate à fraude, notadamente da Caixa, é fundamental”, afirmou ao Fantástico. Ele alertou que o banco tem condições técnicas de detectar movimentações atípicas em tempo real, mas falhou em conter o avanço do grupo.

Resposta institucional: Em nota, a Caixa informou que os funcionários envolvidos no esquema foram demitidos e que novas medidas de segurança estão sendo adotadas. O vice-presidente de Logística, Operações e Segurança, Anderson Possa, afirmou que o banco está implementando ferramentas de biometria e inteligência artificial para prever e detectar operações suspeitas com mais rapidez.

A PF realizou nesta semana mais uma fase da operação em 14 cidades do estado do Rio de Janeiro, com apreensões de celulares, computadores e documentos. Os investigados seguem respondendo em liberdade, enquanto novas fases da apuração devem ser deflagradas nos próximos meses.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Seu João, o homem que transformou “orgulho de ser nordestino” em legado

Ceará volta os olhos para a China e vive a expectativa da negociação de R$ 50 bi em data center no Pecém

NYT revela os bastidores da eleição-relâmpago do novo papa

Fronteira em disputa: o Ceará quer de volta o que o RN chama de seu

A pá de cal no trumpismo católico: um papa que falou com o Peru antes de olhar para os EUA

Leão XIV: O “Latino Yankee” que chegou ao trono de Pedro

O novo rosto do catolicismo global; Conheça a trajetória de Robert Francis Prevost

Redata: novo regime federal para data centers quer atrair R$ 2 tri e exige reação estratégica do Ceará

Caiu pela omissão: Lupi sai da Previdência no rastro da fraude bilionária

Pressão máxima sobre Lupi: 85,3% querem demissão após escândalo no INSS

Fuga dos milionários: Brasil perde 800 endinheirados em 2024 — destino preferido é Portugal

Mercado de internet é a nova boca de fumo das facções, mas o problema vai além

MAIS LIDAS DO DIA

Banco do Brasil quebra sequência de lucros e revê projeções para 2025

BNDES lucra R$ 5,6 bilhões e impulsiona crédito para infraestrutura e pequenas empresas

Ceará lidera crescimento da indústria no Brasil no 1º trimestre de 2025 e atrai R$ 9,4 bilhões em investimentos

Cinema cearense se destaca no Festival de Cannes 2025

Desemprego cresce no Ceará e em outros 11 estados no 1º trimestre de 2025, aponta IBGE

Novo Campus Iracema: a UFC ocupa o lugar do sonho naufragado