
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta quarta-feira (3) o afastamento, por seis meses, do governador do Tocantins, Wanderley Barbosa (Republicanos). Ele é alvo da Operação Fames-19, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios milionários na compra de cestas básicas durante a pandemia de covid-19.
Barbosa assumiu o Executivo em outubro de 2021, após o afastamento do então governador Mauro Carlesse, que acabou renunciando meses depois, em meio a acusações de corrupção.
Operação mira desvios de R$ 73 milhões
Na segunda fase da investigação, a PF mobilizou mais de 200 agentes para cumprir 51 mandados de busca e apreensão em Palmas, Araguaína, no Distrito Federal, Imperatriz (MA) e João Pessoa (PB). A corporação afirma ter reunido fortes indícios de que mais de R$ 97 milhões foram pagos em contratos fraudulentos, com prejuízo superior a R$ 73 milhões aos cofres públicos.
Os recursos, segundo a apuração, teriam sido lavados por meio de empreendimentos de luxo, compra de gado e despesas pessoais de políticos e agentes públicos.
Defesa do governador
Barbosa classificou a decisão do STJ como “precipitada” e reforçou que, à época dos fatos, era vice-governador e não ordenava despesas. Ele afirmou ter determinado auditoria sobre os contratos investigados e prometeu recorrer:
“Acionarei os meios jurídicos necessários para reassumir o cargo de governador, comprovar a legalidade dos meus atos e enfrentar essa injustiça, assegurando a estabilidade do Estado e a continuidade dos serviços à população”, declarou.