Honda e Nissan encerram negociações para fusão avaliada em US$ 60 bilhões

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Foto: Reprodução/Montagem IM

O fato: As montadoras japonesas Honda e Nissan anunciaram, nesta quinta-feira (13), o fim das negociações para uma fusão que criaria um grupo automotivo avaliado em US$ 60 bilhões. O fracasso do acordo aumenta a incerteza sobre o futuro da Nissan e destaca o desafio das montadoras tradicionais diante da crescente concorrência das fabricantes chinesas.

Divergências sobre controle afundam acordo: Anunciadas em dezembro, as negociações logo encontraram obstáculos devido a desacordos entre as empresas, especialmente sobre a distribuição de poder na nova companhia. Fontes próximas ao processo indicam que a Honda propôs que a Nissan se tornasse uma subsidiária, o que levou ao fim das tratativas.

Apesar do rompimento, ambas afirmaram que manterão acordos anteriores de cooperação em tecnologia e outras áreas estratégicas. Analistas avaliam que essa colaboração continua essencial para enfrentar o avanço da chinesa BYD e outras concorrentes focadas em veículos elétricos.

Nissan enfrenta desafios internos: A Nissan segue como uma das montadoras tradicionais mais fragilizadas, sem nunca ter se recuperado totalmente da crise desencadeada pela prisão de Carlos Ghosn em 2018. Para o analista Christopher Richter, da corretora CLSA, a empresa está em uma posição delicada. “A Honda está confiante e tem muito a seu favor, enquanto a Nissan está em uma situação ruim. Eles provavelmente precisam pensar em fazer algo diferente”, afirmou.

A fusão com a Honda teria criado o quarto maior grupo automotivo do mundo, atrás apenas de Toyota, Volkswagen e Hyundai.

O presidente da Honda, Toshihiro Mibe, reconheceu que a união poderia causar uma “dor rápida”, mas temia que as negociações prolongadas trouxessem mais prejuízos. Ele classificou o fim das discussões como “decepcionante”, mas não descartou novas parcerias no futuro.

Reestruturação e novos parceiros: Paralelamente ao encerramento das negociações, a Nissan anunciou mais cortes e revisou suas previsões financeiras para baixo. A empresa confirmou que fechará uma fábrica na Tailândia até junho, com mais duas unidades previstas para encerramento posteriormente. A montadora já havia divulgado um plano para eliminar 9.000 empregos e reduzir sua capacidade global em 20%.

Na China, onde a Nissan opera oito fábricas por meio de uma joint venture com a Dongfeng Motor, novos cortes podem ser necessários. A produção em Changzhou já foi suspensa como parte da reestruturação.

Com o fim da fusão com a Honda, a Nissan agora busca novos parceiros. A Foxconn, gigante taiwanesa da eletrônica, surge como uma possível aliada. O presidente da empresa, Young Liu, declarou que considera adquirir uma participação na Nissan, mas que o foco principal seria uma cooperação estratégica.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Leão XIV: O “Latino Yankee” que chegou ao trono de Pedro

O novo rosto do catolicismo global; Conheça a trajetória de Robert Francis Prevost

Redata: novo regime federal para data centers quer atrair R$ 2 tri e exige reação estratégica do Ceará

Caiu pela omissão: Lupi sai da Previdência no rastro da fraude bilionária

Pressão máxima sobre Lupi: 85,3% querem demissão após escândalo no INSS

Fuga dos milionários: Brasil perde 800 endinheirados em 2024 — destino preferido é Portugal

Mercado de internet é a nova boca de fumo das facções, mas o problema vai além

De Pio XII a Francisco: os papas entre as gerações; Conheça o papa de seu tempo

A última fala de Francisco é um chamado pela liberdade; Ou democratas do mundo, uni-vos!

O legado de Francisco: o Papa que abriu janelas

O contrato social e econômico de Trump: a marcha da insensatez

Chagas Vieira entra no jogo e embaralha o xadrez governista

MAIS LIDAS DO DIA

Azul é condenada a indenizar passageiro em R$ 10 mil por extravio de bagagem em voo para Fortaleza

O novo rosto do catolicismo global; Conheça a trajetória de Robert Francis Prevost

Leão XIV: O “Latino Yankee” que chegou ao trono de Pedro

A pá de cal no trumpismo católico: um papa que falou com o Peru antes de olhar para os EUA

Quid habemus cum papam habemus?

Tempo e espaço. Por Angela Barros Leal

Cesta básica pressiona renda em 15 capitais e carne sobe 29% em Fortaleza

Senado aprova ampliação das cotas em concursos públicos; texto segue para sanção de Lula

Poupança tem novo saldo negativo e acumula R$ 52,1 bilhões em saques no ano