Por que importa:
A colombiana Rappi anunciou que vai eliminar as taxas cobradas de restaurantes e investir R$ 1,4 bilhão no Brasil até 2028. A decisão redesenha o mercado de delivery, hoje dominado pelo iFood, que ainda cobra até 35% por pedido.
O que muda:
-
Taxa zero por 3 anos: A partir de 31 de julho, todos os restaurantes da plataforma estarão isentos da taxa de intermediação e entrega — pagarão apenas o equivalente à taxa de cartão.
-
Modelo full service: A Rappi assume pagamento, logística e entrega, com frota própria.
-
De 30 mil para 100 mil restaurantes é a nova meta de expansão.
-
A empresa exigirá melhor preço de cardápio como contrapartida para manter vantagem ao consumidor.
Panorama do setor:
-
O iFood realiza 120 milhões de pedidos por mês, mas segue com taxas de 25% a 35%.
-
A 99 relançou o 99Food, mas só zera taxas no modelo marketplace (sem entregador incluso).
-
O setor está aquecido e sem mais contratos de exclusividade: o Cade vetou acordos com grandes redes desde 2023.
O que sustenta a ofensiva:
-
Apenas 20% da receita da Rappi vem de comida. O foco está nas outras verticais: supermercado, farmácia, pet, shoppings e o serviço ultrarrápido Turbo.
-
O modelo de “super app” permite que entregadores circulem por várias categorias, maximizando ganhos e reduzindo dependência de um único serviço.
Plano de investimento:
-
R$ 560 milhões (40%) para restaurantes
-
R$ 308 milhões (22%) para o Rappi Turbo
-
R$ 532 milhões (38%) para marketing e operação
O que dizem:
“Não é só zerar a taxa. É construir um delivery mais eficiente e justo”, — Felipe Criniti, CEO do Rappi no Brasil
O pano de fundo:
Com as brechas regulatórias abertas pelo Cade e a estratégia de usar a comida como porta de entrada, o Rappi quer deixar de ser coadjuvante e se tornar protagonista em até 300 cidades brasileiras.