
O fato: Com investimento de R$ 1 bilhão, um novo trecho da Ferrovia Transnordestina foi oficialmente autorizado nesta quinta-feira (5), durante evento em Baturité que reuniu lideranças políticas locais, estaduais e federais. A ordem de serviço do chamado Lote 8 foi assinada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e pelo governador Elmano de Freitas (PT), destravando a construção de 46 km de trilhos entre os municípios de Quixadá, Itapiúna, Capistrano e Baturité, no Maciço de Baturité.
A obra prevê a construção de pontes, viadutos e passagens de nível, com estimativa de geração de 800 a mil empregos diretos nesta etapa. Segundo o Ministério dos Transportes, a expectativa é que os dois últimos trechos restantes — até Caucaia — também sejam iniciados até setembro. “Quando esses dois últimos lotes estiverem em obra, o que vai acontecer até setembro, nós teremos na Transnordestina 8 mil pessoas trabalhando até o final do ano”, afirmou Renan Filho.
Para Elmano de Freitas, a chegada dos trilhos ao Maciço de Baturité representa mais do que infraestrutura: é também memória. “A estação ferroviária foi, no passado, um símbolo do nosso protagonismo econômico. Agora é hora de recuperar isso com novos investimentos no entorno da ferrovia”, disse o governador.
Ferrovia chega a 75% e tem entrega prevista até 2027: A Transnordestina integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e está orçada em cerca de R$ 15 bilhões. A primeira fase da obra já alcança 75% de execução e tem previsão de entrega para 2027. A segunda etapa deve ser concluída até 2029.
Com mais de 1.200 km de extensão, o projeto conecta Eliseu Martins (PI) ao Porto do Pecém (CE), passando por 53 municípios. Só no Ceará, são 608 km de trilhos em 28 cidades, com três terminais de carga previstos. Além de grãos do Piauí, a ferrovia promete escoar a produção leiteira e agrícola de pequenos produtores cearenses.
A operação das primeiras cargas está prevista para 2025, a partir do terminal intermodal de Bela Vista (PI). A concessionária também estuda a criação de dez terminais logísticos ao longo da linha férrea entre Piauí, Pernambuco e Ceará.
Portos secos e multimodais: Como efeito colateral da Transnordestina, Quixeramobim está prestes a receber o primeiro complexo multimodal do Ceará, incluindo uma Estação Aduaneira do Interior (EADI), conhecida como porto seco. O investimento de R$ 500 milhões será feito pela empresa Value Global Group, com expectativa de criação de 1,3 mil postos de trabalho.
No Cariri, Missão Velha também aparece no radar para abrigar outro porto seco. Um estudo de viabilidade está sendo conduzido pela Fundação Astef, encomendado pela Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece).