O que importa
O desgaste com a crise no INSS desorganiza a estratégia de comunicação do governo, freia a recuperação da imagem de Lula e pressiona o Planalto a acelerar ações com apelo popular para reconectar o presidente à população.
⸻
Por que importa
• A aprovação de Lula vinha em leve recuperação, mas o escândalo das fraudes em aposentadorias travou esse movimento.
• A CPI da Previdência altera o foco da articulação política e pode gerar meses de desgaste, com ministros convocados e novas revelações.
• A crise força o governo a ativar medidas emergenciais para ocupar espaço positivo no debate público.
⸻
O que o governo está fazendo
• Reposicionamento tático: o Planalto passou de uma postura defensiva a tentar emplacar aliados na CPI.
• Busca por “boas notícias”: a Secom e os ministérios preparam uma série de anúncios para tentar recuperar a narrativa.
⸻
Medidas no radar imediato
• Tarifa Zero de energia elétrica para quem está no CadÚnico e consome até 80 Kwh por mês.
• Novo vale-gás — rebatizado de Gás para Todos, com início previsto para setembro.
• Programa de reforma de moradias precárias, com linhas de crédito subsidiadas.
• Crédito para entregadores de app para compra de motos.
• Mutirão no SUS em cinco áreas críticas, via convênios com hospitais privados.
• Nova etapa do crédito consignado privado, tocada pelo Ministério da Fazenda.
⸻
A leitura no Planalto
Apesar das entregas e dos indicadores econômicos favoráveis, a percepção popular ainda está distante do discurso oficial. Lula já admitiu que 2026 começou, mas, diante da crise, sua equipe reconhece que só a “colheita” não basta — será preciso plantar mais no meio do caminho.
⸻
O risco da memória curta (e seletiva)
O escândalo do INSS reacende na opinião pública o imaginário de escândalos passados — mensalão, petrolão, ética — num flanco ainda sensível ao PT.
Segundo um petista influente, “não importa o valor do desvio, o que pesa é o fantasma do passado que volta ao debate”.
⸻
Frase-chave
“A sociedade é dinâmica, os problemas são vários. A colheita não termina nunca.”
— Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo (no O Globo)
⸻