PNL 2025 e o transporte rodoviário de cargas fracionadas. Por André Arruda

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O Plano Nacional de Logística 2025 (PNL 2025), elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), representa um esforço estratégico para aprimorar a infraestrutura de transportes do Brasil, promovendo uma matriz logística mais eficiente, sustentável e integrada. O plano busca reequilibrar os investimentos entre os modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e dutoviário, com base em simulações de demanda, modelagens econômicas e análise de custos.

Apesar do foco na multimodalidade, o transporte rodoviário segue com papel central, respondendo por 65% das toneladas-quilômetro úteis (TKU). Em especial, destaca-se sua relevância para a distribuição fracionada, essencial para segmentos de suprimentos industriais estratégicos, para o varejo e, mais recentemente, para ser uma fortaleza do e-commerce.. O PNL reconhece essa importância, ao mesmo tempo em que sinaliza mudanças no direcionamento de investimentos.

Entre os principais pontos do plano estão: manutenção da dominância rodoviária em rotas curtas e médias, investimentos em corredores logísticos prioritários, uso de simuladores de custo para otimização de rotas e precificação, além da incorporação da carga geral como grupo estratégico na matriz logística.

Para o setor de carga fracionada, há avanços relevantes: melhoria da infraestrutura rodoviária, manutenção da capilaridade das rodovias como elo entre modais e uso de ferramentas analíticas que permitem decisões mais embasadas. No entanto, surgem também desafios: o foco de investimentos em commodities pode deixar regiões periféricas de fora; o aumento de pedágios pode impactar operações de alta frequência; e os incentivos à multimodalidade ainda se concentram em cargas homogêneas.

Diante desse cenário, as transportadoras de carga fracionada devem adotar estratégias como: revisão de malhas com base nos corredores priorizados; investimento em tecnologias como TMS e roteirização; ampliação de parcerias para ganhos de escala; criação de soluções logísticas flexíveis; e reavaliação de contratos à luz dos custos logísticos reais.

O PNL 2025 abre uma janela de oportunidades para o setor. Empresas que souberem alinhar operação, tecnologia e inteligência de mercado às diretrizes do plano estarão mais preparadas para crescer com eficiência, competitividade e sustentabilidade.

André Arruda é diretor geral Termaco Logística

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