O fato: Após quatro meses consecutivos de retiradas líquidas, a caderneta de poupança voltou a apresentar saldo positivo em maio. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Banco Central, os depósitos superaram os saques em R$ 336,87 milhões no mês, marcando uma reversão na tendência observada desde o início de 2025.
O volume total depositado nas contas de poupança foi de R$ 365,1 bilhões, contra R$ 364,7 bilhões em saques. Ainda de acordo com o Relatório de Poupança, os rendimentos creditados em maio somaram R$ 6 bilhões. O estoque total da aplicação segue pouco acima de R$ 1 trilhão.
Apesar do resultado positivo em maio, o desempenho acumulado no ano ainda é negativo. De janeiro a maio, os saques superaram os depósitos em R$ 51,77 bilhões, refletindo o movimento de migração de investidores para aplicações com melhor rentabilidade frente ao atual patamar da taxa Selic, mantida em 14,75% ao ano.
Selic alta pressiona poupança: Com a Selic em um dos maiores níveis desde 2017, a poupança perde atratividade em relação a outros produtos financeiros como CDBs, Tesouro Direto e fundos de renda fixa. A remuneração da caderneta está atrelada à Selic, mas limitada a 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% — o que reduz a competitividade frente a outros investimentos.