Ex-ministro de Lula, Ciro Gomes intensifica ruptura com o PT e se aproxima da direita com discurso feroz contra o presidente.
O presidente Lula iniciou uma interpelação judicial contra Ciro Gomes, primeiro passo para um eventual processo por ataque à honra. Em vídeo publicado nas redes sociais, o ex-ministro reagiu duramente, acusando Lula de liderar um projeto de “exploração financeira da pobreza” e de usar o poder da Presidência para “tentar calá-lo”.
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No vídeo, Ciro afirma estar sofrendo lawfare há anos e acusa Lula de comandar uma aliança com o sistema financeiro para “transformar a miséria do povo em ativo bancário”.
“Lula não colocou o pobre no orçamento. Colocou o pobre em leilão”, dispara Ciro, afirmando que o governo vende dados e benefícios sociais aos bancos.
Ciro ainda acusa o governo de permitir fraudes em empréstimos consignados e de negligenciar o avanço de casas de apostas sobre a juventude pobre, num “projeto deliberado de endividamento e controle social”.
O que está em jogo
A reação pública e dura de Ciro Gomes redefine seu posicionamento político. A interpelação de Lula, ao mirar o ex-aliado, acaba por jogá-lo nos braços da centro-direita bolsonarista, que vê em Ciro um nome com penetração no Nordeste e potencial para compor uma chapa nacional como vice.
Bastidores já especulam que o movimento abre caminho para uma aliança de Ciro com setores conservadores em 2026.
Com discurso inflamado, Ciro fala em “não ter rabo preso” e garante:
“Não me calarei. Vou lutar até o último dia da minha vida.”
A disputa não é apenas judicial — é simbólica e basicamente política. Marca o divórcio definitivo entre Ciro e Lula, e o reposicionamento de Ciro Gomes no xadrez da sucessão.