
A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial do país em 2025 teve a décima queda consecutiva, passando de 5,09% para 5,07%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central (BC). Apesar da redução, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.
A meta central é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com o IPCA acumulado em 12 meses marcando 5,35% em junho, a inflação ultrapassou o limite da meta pelo sexto mês seguido, o que exige que o presidente do BC envie uma carta aberta ao Ministério da Fazenda justificando o descumprimento.
Cenário inflacionário e juros
Em junho, o índice oficial registrou alta de 0,24%, influenciado pelo aumento da energia elétrica, mas com recuo nos preços dos alimentos após nove meses de alta. A inflação acumulada em 12 meses continua pressionada, mesmo com sinais de desaceleração.
A taxa básica de juros (Selic), mantida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, segue como principal instrumento do BC para controlar a inflação. O colegiado interrompeu o ciclo de altas após sete aumentos consecutivos, mas não descartou novas elevações, caso as incertezas, como as tensões comerciais dos Estados Unidos, se intensifiquem.
O mercado prevê que a Selic encerre 2025 nos atuais 15% ao ano. Para 2026, a estimativa é de queda para 12,5%, com novas reduções projetadas para 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
PIB, câmbio e metas futuras
A estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2025 se manteve estável em 2,23%. Para os próximos anos, as projeções apontam alta de 1,88% em 2026, 1,95% em 2027 e 2% em 2028. O PIB de 2024 teve expansão de 3,4%, com crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 puxado pelo setor agropecuário, segundo dados do IBGE.
Em relação ao câmbio, a previsão do dólar ao fim de 2025 é de R$ 5,60. Para 2026, o mercado estima uma leve alta, com a moeda americana chegando a R$ 5,70.
Inflação segue no radar do BC
Mesmo com a queda gradual nas estimativas do IPCA, o índice ainda pressiona o Banco Central. Com o novo regime de metas adotado em 2024, cada vez que a inflação supera o teto por seis meses, o BC é obrigado a justificar formalmente os motivos e apresentar um plano de correção ao Conselho Monetário Nacional.