Pré-candidato à Presidência promete anistiar ex-presidente se eleito em 2026, após cobrança pública de apoio feita por Bolsonaro
O que aconteceu:
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (15) que, se eleito presidente em 2026, concederá anistia a Jair Bolsonaro. A declaração veio poucas horas depois de o ex-presidente cobrar publicamente os governadores aliados por silêncio diante de sua inelegibilidade.
Aspas de Caiado:
— Chegando à Presidência da República, no mesmo momento eu vou resolver esse assunto, anistiar essa situação toda. E vamos discutir o problema de crescimento e pacificação do país.
Por que importa:
Caiado tenta ocupar um espaço no campo da direita, hoje em disputa por vários nomes. A promessa de anistia é um gesto claro de aproximação com Bolsonaro e seu eleitorado, num momento em que o ex-presidente ainda lidera o imaginário conservador, mesmo impedido de disputar as eleições.
Contexto:
• A fala de Caiado responde à entrevista de Bolsonaro ao portal UOL, em que o ex-presidente reclamou da “omissão” dos governadores aliados sobre sua inelegibilidade.
• Além de Caiado, Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR) também tentam se projetar como sucessores da direita bolsonarista.
• Nos bastidores, o nome mais forte segue sendo o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, considerado o herdeiro natural do bolsonarismo.
O que observar:
Apesar de prometer pacificação, Caiado entra em terreno instável: sua relação com Bolsonaro teve atritos recentes, especialmente nas eleições municipais de Goiânia. O gesto de hoje pode reabrir o diálogo, mas também revela uma estratégia clara de buscar o aval do ex-presidente para viabilizar sua candidatura em 2026.
Vá mais fundo:
A promessa de anistia não é apenas simbólica: ela sinaliza como os pré-candidatos da direita devem se posicionar nos próximos meses — ou juram lealdade a Bolsonaro, ou arriscam ser descartados por seu eleitorado mais fiel.