Vivemos tempos em que tudo parece urgente. As pessoas têm pressa de vencer, de colher resultados, de alcançar o sucesso imediato. Porém, a natureza, com sua sabedoria silenciosa, nos ensina algo diferente.
O bambu japonês, por exemplo, leva sete anos apenas para criar raízes. Durante esse tempo, nada parece acontecer. Mas, quando chega o momento certo, ele cresce mais de 30 metros em apenas seis semanas. A pressa não acelera o processo. É a constância, aliada à paciência e ao tempo, que prepara o terreno para o verdadeiro crescimento.
Outro exemplo vem da cultura do sombreiro, que leva mais de 50 anos para amadurecer e ser colhido. Dizem que uma geração planta e a outra colhe.
Na minha própria história, sinto-me como essas culturas. Foram décadas construindo raízes, trabalhando, enfrentando desafios — sem pressa, mas com firmeza. Só agora, mais de meio século depois, vejo os frutos amadurecendo. Por isso, quando observo pessoas ansiosas por resultados imediatos, percebo o quanto o mundo moderno, pautado pelo consumismo, nos afasta dos ciclos naturais da vida.
É verdade que os tempos mudaram. A medicina e a qualidade de vida nos proporcionaram mais tempo de existência ativa. Hoje, aos 60 anos, muitos ainda têm energia e disposição para trabalhar, criar e realizar. A aposentadoria compulsória chega aos 65 ou até 70 anos. Temos, sim, tempo para viver, para crescer e para chegar ao nosso destino — sem tanta ansiedade.
O segredo? O caminho do meio. Evitar os extremos da pressa ou da inércia. Viver com constância, determinação e serenidade. Dar tempo ao tempo. Quem chega antes da hora, acaba tendo que esperar.
A pressa desmedida, alimentada pela competição cega, gera estresse, frustração e, muitas vezes, resultados vazios. Já a paciência, como nos ensinam as árvores e as plantas, sempre gera bons frutos — no tempo certo.
Francisco de Assis Vasconcelos Arruda é Engenheiro Agrônomo, Doutor pela Escuela Técnica Superior de Ingenieros Agrônomos da Universidad Politécnica de Madri, pesquisador da Embrapa por 34 anos, genealogista, membro da Academia Sobralense de Estudos e Letras, da Academia de Letras, Ciências e Ecologia do Leste Maranhense, da Academia Massapeense de Letras e Artes, do Instituto Histórico e Geográfico de Sobral, sócio efetivo do Instituto do Ceará.