R$ 118 bilhões: Despesa do judiciário escapa do teto de gastos do controle fiscal do País, decide STF

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🔴 O que decidiu STF?

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que o limite do teto de gastos previsto no novo arcabouço fiscal não se aplica a todas as receitas dos tribunais e órgãos do Poder Judiciário da União.

  • A decisão foi tomada em sessão virtual encerrada em 11/4.
  • Receitas próprias, como custas, emolumentos, multas e fundos especiais, ficam fora do teto.

🔴 Fundamento legal e constitucional

A controvérsia foi analisada na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7641, proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

  • A AMB alegou que o novo arcabouço fiscal (Lei Complementar 200/2023) já exclui do teto recursos próprios de outros órgãos públicos, como universidades e empresas estatais.
  • Argumento central: receitas próprias devem ser usadas para custear atividades específicas, e não podem ser contingenciadas pelo teto geral.

🔴 Relator destaca autonomia do judiciário brasileiro

O relator, ministro Alexandre de Moraes, reconheceu que o controle fiscal é objetivo de todos os Poderes, mas destacou:

“As receitas provenientes da União e conformadas pelo orçamento público continuarão a ser regidas pelo teto […]. Subtrai-se dele somente aquilo que o Poder Judiciário angaria por iniciativa própria.”

  • A decisão preserva a autonomia financeira do Judiciário, principalmente para aplicação de recursos diretamente vinculados a sua atividade-fim.

🔴 Gasto do Poder Judiciário brasileiro nos últimos cinco anos

🔴 Dados gerais

Nos últimos cinco anos, os gastos do Poder Judiciário brasileiro vêm se mantendo como um dos mais elevados entre os poderes da União, com valores superiores a R$ 100 bilhões anuais, conforme relatórios do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

  • 2020: R$ 99,8 bilhões
  • 2021: R$ 105,7 bilhões
  • 2022: R$ 108,9 bilhões
  • 2023: R$ 114,5 bilhões
  • 2024 (previsão estimada): R$ 118 bilhões

🔴 Composição da despesa

  • Pessoal ativo e inativo: corresponde a mais de 90% dos gastos do Judiciário.
  • Investimentos em tecnologia e infraestrutura: cresceram discretamente nos últimos anos, mas ainda representam uma pequena fatia do orçamento.
  • Receitas próprias (custas, emolumentos, multas): representam menos de 10% da fonte total de financiamento, mas são essenciais para atividades específicas.

🔴 Controle e transparência

Apesar do alto gasto, o Judiciário presta contas ao CNJ, que publica o Relatório Justiça em Números anualmente. Contudo, críticas recorrentes apontam para:

  • Baixa eficiência em relação ao volume de recursos
  • Desigualdade entre estados e esferas
  • Custos elevados com benefícios, auxílios e verbas indenizatórias

🔴 Impacto da decisão do STF

Com a recente decisão do STF, essas receitas próprias passam a ter maior liberdade de execução, o que pode:

  • Aumentar a autonomia orçamentária dos tribunais
  • Reduzir o risco de contingenciamento de verbas importantes
  • Reforçar o investimento em modernização, segurança cibernética e serviços à população

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