Em prisão domiciliar, Bolsonaro tem visitas e celular proibidos por decisão do STF

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (5) novas medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo a prisão domiciliar por tempo indeterminado. A decisão ocorre no âmbito do inquérito que apura a atuação de Bolsonaro e seus aliados em uma trama golpista e na interferência em assuntos diplomáticos envolvendo os Estados Unidos.

A nova ordem judicial amplia o isolamento do ex-presidente, que permanece monitorado por tornozeleira eletrônica desde o mês passado, quando foram impostas as primeiras restrições.

Medidas impostas por Moraes

Com a decisão, Bolsonaro:

  • Segue em prisão domiciliar, sem previsão de término;
  • Está proibido de usar telefone celular;
  • Só poderá receber visitas previamente autorizadas pelo STF;
  • Não poderá manter contato com pessoas fora do núcleo familiar direto, com exceção dos advogados de defesa;
  • Visitantes autorizados não poderão usar celulares, tirar fotos ou gravar imagens durante a visita.

Entre os que ainda podem ter contato com o ex-presidente estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a filha do casal, que vivem na mesma residência.

As restrições anteriores continuam válidas, incluindo:

  • Proibição de manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras;
  • Acesso vetado a embaixadas e consulados;
  • Impedimento de uso de redes sociais, tanto diretamente quanto por meio de terceiros;
  • Proibição de receber visitas de investigados nas ações penais relacionadas à tentativa de golpe.

Motivo: descumprimento de restrições

Na decisão, Moraes justificou as novas medidas pelo descumprimento das cautelares já impostas. O ministro apontou que os filhos de Bolsonaro — Flávio, Carlos e Eduardo — publicaram em suas redes sociais mensagens de agradecimento em nome do ex-presidente aos apoiadores que participaram de atos públicos no domingo (4).

Para o ministro, as publicações violam a proibição imposta a Bolsonaro de utilizar redes sociais, mesmo por meio de terceiros, reforçando a necessidade de restrições mais severas.

Investigação envolve repasses a Eduardo Bolsonaro

A nova decisão foi proferida no inquérito que apura a suposta articulação internacional de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com apoio do ex-presidente, para pressionar o governo brasileiro e o STF, em conexão com aliados do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

De acordo com o processo, Jair Bolsonaro teria enviado recursos via Pix para financiar a estadia de Eduardo no exterior, o que está sob investigação.

O deputado federal pediu licença do mandato em março deste ano e mudou-se para os EUA, alegando perseguição política.

Bolsonaro é réu e julgamento se aproxima

Além das investigações em curso, Jair Bolsonaro é réu no STF por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O julgamento dessa ação penal está previsto para setembro, mês em que o Supremo deve avaliar o envolvimento do ex-presidente nas articulações golpistas.

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