Átila Varela
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Primeiro no Focus. Enquanto campeonatos internacionais de futebol, como o inglês e o alemão, já pensam em retornar às atividades ainda em maio, a CBF estuda a possibilidade de a bola rolar nas competições nacionais no mês de junho. É o que afirma o CEO da entidade, Walter Feldman. Ele foi o entrevistado desta quinta-feira, 14, do Focus Colloquium.
“Nossa expectativa, concretamente, vou falar isso pela primeira vez, se nós conseguimos com segurança em saúde, retomarmos os treinos na Série A. Com todo o cuidado também avançando na Série B, nós acreditamos que em determinado momento, em maio é impossível. Em junho depende de uma sinalização das autoridades de saúde. É evidente, se elas não autorizarem, não poderemos fazer nenhuma partida ou competição. Sempre pensando em estádios fechados. Mas se a agente permite o ensaio que permita nós concebermos o cenário de contenção, talvez no mês de junho, no final de junho. Não quero ser insensato, por conta da curva de epidemia, especialmente no Ceará onde a curva é ainda muito dramática e não chegou no seu pico”, destacou o executivo.
Ele também ressaltou que não é ventilada pela entidade o cancelamento dos campeonatos em 2020. “Vamos manter todo calendário brasileiro, com os campeonatos nacionais, feminino, futebol de base. Não queremos cancelar nenhum campeonato”, pontuou.
Para que as competições voltem, a CBF estabeleceu um protocolo para evitar a propagação da COVID-19. “Nós teremos os mesmos rigores ou mais que estão sendo feitos na Europa. O protocolo que elaboramos, compartilhado com muita gente da ciência e da medicina, além de instituições, nos deixa bem amparados. O jogador sai de casa com seu uniforme, usa o carro pessoal e não vai poder ir no ambiente coletivo. Chega no CT, ele tem todo processo de distanciamento social depois da sua história recolhida pelo médico, seu exame clínico diário. Haverá realização de testes de temperatura e recondicionamento dos preparadores físicos. O retorno para sua casa sem ir para o refeitório. Toda segurança para realizar as atividades com segurança”, declara.
Participação do futebol no PIB
Outra revelação feita por Feldman é fazer com que o futebol abocanhe uma fatia maior de participação no PIB do País, que atualmente é de 0,72% – ou R$ 54 bilhões. Segundo o executivo, para que isso ocorra, um dos pilares é a internacionalização. “Aprovando a venda dos direitos internacionais da Série A e B em países onde o Brasil não é visto. O Brasil, na verdade, é visto apenas como Seleção. Poderíamos ser se vendêssemos há 20 anos. Teríamos a capacidade de reter jogadores”, adiantou.
Ele fez um paralelo com a liga inglesa. “40% da receita da Premier League vem da venda de direitos internacionais”, concluiu.
Linha de financiamento
As receitas envolvendo patrocínios governamentais, especialmente os advindos da Caixa Econômica Federal, fizeram com que a CBF não deixasse de buscar o Governo para fazer com que os clubes voltassem a arrecadar. Por conta da pandemia da COVID-19, a intenção é manter o fluxo de caixa dos times. “Estamos conversando com o Governo para uma linha de crédito destinada ao auxílio dos clubes”, completou.
Assista ao Focus Colloquium completo: